Influência na produção agrícola e exportação brasileira
Um estudo da NutriNet Brasil, indica o crescimento na compra de frutas, hortaliças e feijão de 40,2% para 44,6% no Brasil. A pandemia afetou a forma de consumo dos brasileiros, influenciando-os a cozinharem mais em casa e priorizarem alimentos que auxiliem no sistema imune.
Há evidências de que a nutrição e outras medidas de estilo de vida influenciam a força imunológica e a suscetibilidade a doenças infecciosas. Se essas medidas influenciam ou não a suscetibilidade ao COVID-19 ou seu curso clínico ainda não é conhecido. No entanto, há todos os motivos para colocar em prática o que sabemos sobre alimentos e defesas imunológicas. Estudos mostraram que frutas e vegetais fornecem nutrientes – como beta-caroteno, vitamina C e vitamina E – que podem aumentar a função imunológica. Como muitos vegetais, frutas e outros alimentos vegetais também são ricos em antioxidantes, eles ajudam a reduzir o estresse oxidativo.
A agricultura é um dos principais pilares da economia brasileira: 25% do PIB das últimas duas décadas foi composto pela agricultura e pecuária. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 2021 como o Ano Internacional das Frutas e Vegetais (IYFV). O objetivo, segundo o Portal RSN, “é aumentar a consciência sobre o papel que esses produtos exercem na nutrição humana. Além disso, na segurança alimentar” e saúde, e a contribuição para a redução de desperdícios.
Todos estes fatores influenciaram uma melhor alimentação para uma qualidade de vida maior, e refletiram no aumento e estabilidade da produção de frutas e hortaliças no ano de 2020. Diferente de outros setores, é importante reforçar que a produção agrícola não parou, para que não faltasse alimento. Por ser uma atividade essencial, toda a cadeia do agronegócio se manteve forte e operando, com os cuidados necessários, sem deixar de prestar o suporte que o produtor rural precisa para cumprir sua missão de garantir a segurança alimentar. E isso refletiu na continuidade da aquisição dos mais diversos tipos de insumos, que são o começo do desenvolvimento produtivo das lavouras e o investimento em bons resultados na colheita.
O volume exportado nos primeiros nove meses de 2020 está 5% superior em relação ao mesmo período de 2019. Já a receita com frutas em 2020 encontra-se semelhante à de 2019, próxima a US$ 450 milhões. Com a desvalorização do Real frente ao dólar, o preço médio pago pela fruta brasileira foi pressionado e culminou na redução de 6% em 2020.
Em setembro, as exportações de manga, melão e melancia registraram crescimento de 19%, 41% e 53%, respectivamente, em relação a setembro de 2019. Após o desempenho ruim no primeiro semestre de 2020 em função da pandemia de Covid-19, as exportações dessas frutas, nos nove primeiros meses de 2020, já se igualaram aos mesmos volumes exportados no ano passado no mesmo período.
No mercado interno, o calor vem causando prejuízos em lavouras de frutíferas, que são cultivadas em sequeiro ou estão impossibilitadas de irrigação devido ao período de seca prolongada, a exemplo de áreas de laranja que não estão atingindo o calibre demandado pelos supermercados.
As altas temperaturas têm interferido também na produção de hortaliças. A colheita de cebola e batata no sudoeste paulista. No caso da batata, apesar da redução da qualidade, em função do escurecimento dos tubérculos, os preços apresentaram recuperação devido ao final da safra de inverno nas principais regiões produtoras. A produção de batata no fim de março, o plantio da safra de inverno deve se iniciar em Vargem Grande do Sul (SP), com expectativa de aumento de área frente a 2020.
Em relação ao tomate, verificou-se intensificação da maturação nas lavouras de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Mesmo com a ampliação da produção, a oferta não foi suficiente para impedir a valorização do produto ao longo da semana, devido à redução da área plantada da safra de inverno e à retomada da demanda pelo fruto no food service.
A alimentação e um dos principais gastos da população. A presença das frutas nos gastos domésticos com alimentação subiu de 3,2% (POF 2008) para 3,5% (POF 2018), resultado das maiores despesas com outras frutas além da banana, maçã e a laranja. Para os legumes e verduras, a participação ficou praticamente estável, passando de 2,3% (POF-2008) para 2,4% (POF-2018).
Frente a pandemia o cenário de produção do HF e exportação são incentivados e não sofreram como o restante da economia do pais e do mundo. Porém é importante que toda a sociedade esteja em harmonia pois os gastos do consumidor com frutas e hortaliças nos próximos anos podem ficar limitados, diante das atuais perspectivas econômicas do Brasil, principalmente por conta de todos os problemas fiscais que o País deve enfrentar no pós-pandemia.
Referencias
ELLEBY, Christian; DOMÍNGUEZ, Ignacio Pérez; ADENAUER, Marcel; GENOVESE, Giampiero. Impacts of the COVID-19 Pandemic on the Global Agricultural Markets. Environmental And Resource Economics, [S.L.], v. 76, n. 4, p. 1067-1079, ago. 2020. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s10640-020-00473-6.
HORTIFRUTIBRASIL. O que mudou no consumo de frutas e hortaliças no brasil nos ultimos anos? Disponível em: https://www.hfbrasil.org.br/br/revista/acessar/completo/edicao-de-marco-o-que-mudou-no-consumo-do-brasileiro-nos-ultimos-anos.aspx. Acesso em: 28 mar. 2021.